A consciência do que temos só vem quando algo nos é tirado, quando privados de sensações conhecidas que transforma a escassez em vontade incontrolável.
Inseridos na sociedade nativa vivemos num emaranhado social, controlado por expectativas de comportamento, que dita oque tem que ser provado em cada etapa da vida. O gosto de não ter o controle só pode ser testado quando não se tem oque se perder. Quando sem a responsabilidade de manter e sim sobreviver.
Passamos muito tempo da vida tentando provar e maximizar cada etapa da vida, sem realmente viver de acordo com as necessidades. Hoje, temos o maior período de abundância já vivida na história da humanidade. Todo mundo consome, todo mundo têm. E todo mundo se torna complexo na prisão de ter que ter mais e controlar mais. E se tentar entender the Big Picture, nota-se uma autonomia limitada por tal complexidade. A abundância torna tudo muito superficial e trivial, não tem mais a sensação de querer com vigor.
Quando não temos mais status de filho, de graduado, de classe média e passamos por uma estrutural e básica viagem pela essência, sem ter que provar identidade, classe social, diferenciar se por cor, raça e bens materiais é que experimentamos ao menos um pouco do que a liberdade e caem as ilusões de que ter muito é ter felicidade.
2 comentários:
Adorei o texto, me fez pensar.
O mundo ainda está recheado de pessoas iludidas e imagino que a dor vem quando o tempo passa, vc olha pra trás e percebe que era feliz, e não aproveitou mais, as companhias, os sorrisos, os momentos simples. Ambição é bom, mas na medida certa né :)
O momento atual é o mais interessante, o conhecimento só acumula não existe conhecimento que se perde, portanto o mais sábio é oque tem mais conhecimento, não importa se velho ou novo.
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